TEXTO COMPLETO EM O "NEGÓCIO" DOS EVANGÉLICOS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
R768n Rondônia,
Assis
1952 –
O “negócio” dos
evangélicos e a Constituição Federal: crônica de uma ruptura social e constitucional
anunciadas / Assis Rondônia. São Paulo, 2006.
1. História 2. Crença 3. Deserção
4.Terapia grupal 5. Solidão 6. Lideranças e povo 7. Golpe
constitucional 8. Ruptura 9. Revolução 10. Mídia 11.Congresso Nacional I.Título.
ISBN
nº 978-85-61375-22-1
CDD 302.23
O "NEGÓCIO" DOS EVANGÉLICOS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL: CRÔNICA DE UMA RUPTURA SOCIAL E CONSTITUCIONAL ANUNCIADAS
"A natureza
social tem a decrepitude precoce, e um princípio de corrupção, que destrói em
breve termo todas as florescências do primeiro sol." (Machado de Assis, in, Iaiá Garcia)
PREFÁCIO
Preocupava-nos – como ainda persiste a
incomodidade – saber não existir um mecanismo seguro de análise e convencimento, legítimo, a coibir
determinadas práticas que se processam dentro do sistema constitucional,
incorporadas e positivadas, que passam a ditar a nova ordem, de modo
irreverente, impudico, desbragadamente.
Nunca quiséramos polemizar esta ou
aquela realidade, como também jamais quiséramos pisotear uma classe, categoria
ou segmento da sociedade organizada – e particularmente – o segmento de fé,
representado pelos evangélicos como um todo, e em particular, os
neoevangélicos.
Empreendemos um ensaio a fim de
averiguar até ponto estaria nossa sociedade sujeita à movimentação de uma
parcela sua – que pudesse representar no futuro – uma ameaça ao padrão
normativo de conduta da maioria hoje existente, findando por nos surpreender do
quanto estamos à mercê da autonomia absoluta do movimento empreendido pela
comunidade evangélica, ainda que compreensivo.
Pudemos
sentir pulsar a força plangente que recai sobre todos os corpos em movimento,
num balé escandaloso e vergonhosamente admitido com ares de ciência que nos
embrutece, entontece e vibra como bigorna a atordoar o homem comum, – o humilde
e o intelectual – que o sistema econômico hoje traduzido e operacionalizado
pelo neoliberalismo, pondo os homens no divã do psicanalista, no manicômio ou
na igreja, pois, carecem essas criaturas do lúdico, ainda que verbalizado, na
justa medida em que não há mais em parte alguma o que buscar.
A ruptura instaurada é de tal ordem, –
com razoabilidade até se acredita –
que “...na engenharia da globalização
neoliberal, não estavam previstos os efeitos colaterais que incidem na
fragmentação.”[1], mas é certo que as
consequências geradas nas cabeças – e no corpos – dos homens foram tão intensas
que os pôs perdidos em pleno sol do meio dia, o que os predestinam como ser
à união de seus próprios fragmentos numa tentativa do coser da nova
vida.
Não se tem dúvida da capacidade de
adaptação do homem com o seu tempo, mas que nunca é discutido o fazer e o
acontecer da referida “adaptação”,
“...pois
hoje duvidamos suficientemente do passado para imaginarmos o futuro, mas
vivemos demasiadamente o presente para podermos realizar nele o futuro. Estamos
divididos. Fragmentados.[2]
Entretanto,
por se sentir sozinho e solitário o homem, se fará conduzir dentro de um estado
de semi-consciência, numa esperança que
ainda insistem em fincar no seu peito para ecoar como canção de ninar, elegendo
o líder e o grande irmão como companheiro e parceiro de uma caminhada
que ele somente poderia fazer só.
No
texto que se segue reunimos os pensares sobre a questão galopante do
crescimento grupal desse segmento de prática e exercício da fé, apreciando-lhe
a imbricação jurídica plasmada pela sucessão de fatos e de ambiguidades
crescentes, definidoras de uma concretude política e ideológica residente no
futuro certo.
Maravilhoso seria houvesse no bojo
desse movimento crescente, uma coerência mínima para vergastar o neoliberalismo
econômico reinante, o que desgraçadamente não nos autoriza acreditar tão vã
coisa por não ultrapassar o ser a sua menoridade, – e tampouco o embala
para esse ultrapassar – e que ainda o
explora, adorna, embala, mas o explora novamente de modo candente.
São
Paulo, maio de 2009
Assis
Rondônia
SUMÁRIO
Pág.
I - Antiguidade e Deuses................................... 9
II - A Igreja Católica e o cristianismo................ 17
III - A Santa Inquisição....................................... 28
IV - O catolicismo e o definhamento de sua
força(tergiversante)............................................. 31
V - Expansão econômica e dominação política......... 39
VI – Religião alternativa pós-cristianismo............. 63
VII – A
Constituição Federal 1988 e sua leitura.... 104
VIII –
Tutela das religiões e do meio ambiente
Cultural.................................................................109
IX – A
falência do sistema representativo............112
X – Bibliografia.....................................................124
[1] CUNHA, Maria Isabel da. Globalização, educação e
formação docente; In: Educação & Linguagem/ Programa de pós graduação
em educação; Universidade Metodista de São Paulo; v. 1; n° 1; São B. do Campo;
1998; p. 145-158
[2] SANTOS, B. S. Um discurso sobre a ciência.; Porto;
Edições Afrontamento; 1999, apud
Peri Mesquita; A educação no limite e os limites da educação; In:
Políticas e Educação, múltiplas leituras; Org. Joaquim Gonçalves Barbosa et tal; São B. do Campo; 2002; p. 198
TEXTO COMPLETO EM O "NEGÓCIO" DOS EVANGÉLICOS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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